Os mergulhos nas águas tépidas do Índico são, é verdade, o principal móbil de quem se dá ao trabalho de fazer centenas – ou milhares – de quilómetros para chegar ao Tofo, mas para os mais desassossegados há um punhado razoável das tais actividades: observação de golfinhos ao largo, mergulho, snorkelling, caminhadas a pé ou passeios de cavalo pela praia ou por sombreados caminhos entre coqueiros e cajueiros, atravessando aldeias arrumadinhas, com pequenas machambas, terreiros limpos e gente afável.
Para sul, contornada a breve curva da baía e dobrado um tímido promontório, surge um extenso areal ataviado com dunas altas. Lá ao fundo, está o Tofinho, uma enseada que em certos dias se enche de ondas ao gosto dos surfistas.
Para o lado oposto, para norte, a caminhada há de ter seu início o mais cedo que se puder. Ao amanhecer, de preferência. Até se chegar ao primeiro cabo, que parece um braço de dunas a meter-se no mar, é preciso bem uma hora, e depois ainda quase outro tanto para se avistar o largo areal da Barra.
Pelo caminho, a batida trilogia do sol, mar e areia pode ser quebrada por surpresas: uns saguins que espreitam lá do dorso das dunas, rapazitos que desembarcam não se sabe de onde (das aldeias submersas nos palmares ocultos pelas dunas) para vender pulseiras e colares feitos com conchas e búzios, inventados com engenho depois da escola, ou bolinhos de sura, uma especialidade local feita com seiva de palmeira fermentada. Ou podemos dar com uma comitiva popular ocupada em trâmites religiosos, a consumar, de pés imersos na espuma das ondas, um ritual, talvez um baptizado, ou coisa equivalente, talvez uma iniciação.